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Relatório do CENIPA aponta operação em baixa altitude antes da queda de avião em Rio Preto (SP)
Relatorio indica que a aeronave realizou uma operação em baixa altitude pouco antes de perder controle e cair
Por Gazeta do Interior - São José do Rio Preto
18 de Julho de 2025 às 09:00
O relatório preliminar divulgado pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), analisando a tragédia ocorrida em 1º de julho em São José do Rio Preto (SP), indica que a aeronave realizou uma operação em baixa altitude pouco antes de perder controle e cair. Durante o voo de instrução, o instrutor Abner Casagrande de Oliveira e o aluno Felipe Coiado Gomes perderam a vida quando o monomotor CAP-4 Paulistinha caiu na zona rural da cidade.
De acordo com o documento preliminar do CENIPA, responsável por registrar a ocorrência como #LOC-I – Perda de Controle em Voo, foi observada uma #LALT – Operação em Baixa Altitude pouco antes da sequência fatal. A análise sugere que, no momento da ação, a aeronave pode ter entrado em uma atitude irregular, levando à perda de sustentação e subsequente colapso estrutural, embora o relatório final ainda dependa de exames complementares nos registros de voo, no motor e nos destroços.
No acidente, o instrutor Abner Casagrande de Oliveira, de 39 anos, e o aluno Felipe Coiado Gomes, de 23, morreram na hora, em virtude de politraumatismo craniano, quando a aeronave caiu cerca de sete minutos após a decolagem do Aeroclube de Rio Preto. Felipe, natural de Potirendaba (SP), foi sepultado no dia 2 de julho, conforme noticiou a Gazeta do Interior.
A queda ocorreu em uma área descampada da Estância Santa Inês, sem que houvesse risco para outras pessoas ou estruturas. A equipe do Seripa IV utilizou drones e realizou perícias para identificar os vestígios que embasarão a conclusão definitiva do inquérito. Já a Polícia Civil abriu um inquérito no 1º Distrito Policial local.
O CENIPA ressaltou que as investigações ainda estão em fase preliminar. O relatório final será divulgado após a conclusão de todos os exames técnicos, entrevista com testemunhas e análises do histórico de manutenção da aeronave, certificação e treinamento dos envolvidos.
O órgão disse ainda que as investigações realizadas não buscam o estabelecimento de culpa ou responsabilização, conforme previsto no § 4º, art. 1º, do Decreto nº 9.540/2018, tampouco se dispõem a comprovar qualquer causa provável de um acidente, mas indicam possíveis fatores contribuintes que permitem elucidar eventuais questões técnicas relacionadas à ocorrência aeronáutica. "Dessa maneira, o CENIPA propõe, por meio da emissão das Recomendações de Segurança, a implementação de medidas com o objetivo de evitar a recorrência de eventos semelhantes, buscando o aprimoramento da segurança de voo", diz trecho do relatório.
A tragédia reacende debates sobre rigor nos procedimentos de voo instrucional e manutenção de aeronaves mais antigas — no caso, a CAP-4, fabricada em 1943, voava com seu Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade vencendo justamente no dia do acidente. As conclusões finais do Cenipa, esperadas nas próximas semanas ou meses, serão fundamentais para aprimorar normas de segurança em voos de instrução e prevenir novos acidentes semelhantes.