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Arquidiocese de Rio Preto cria comissão para investigar imagem de Nossa Senhora de Fátima que jorra mel
Popularmente conhecida como Nossa Senhora do Mel, a imagem foi comprada por uma moradora de Mirassol (SP). Fenômeno considerado inexplicável pela ciência mobiliza fiéis de todo o país.
Por g1 Rio Preto e Araçatuba
30 de Julho de 2025 às 09:20
A Arquidiocese de São José do Rio Preto (SP) determinou a criação de uma comissão para investigar a imagem de Nossa Senhora de Fátima que pertence a uma fiel de Mirassol (SP) e, segundo os devotos, verte mel, sal, azeite e vinho.
Popularmente conhecida como Nossa Senhora do Mel, a imagem foi comprada por Lilian Aparecida Montemor em 1991, em Portugal. Em março de 1993, uma funcionária de Lilian percebeu que a imagem estava molhada e soltando lágrimas. Na sequência, ela começou a verter sal, mel e azeite e jorra mel de forma ininterrupta há mais de três décadas.
O fenômeno, considerado inexplicável pela ciência (entenda mais abaixo), mobiliza fiéis de todo o país. A cantora Elba Ramalho esteve na Igreja Santa Rita de Cássia, em Mirassol, para cantar e rezar diante da imagem em agosto do ano passado.
Segundo o arcebispo de Rio Preto, Dom Antônio Emídio Vilar, a comissão é formada por um teólogo, um canonista, um perito, um notário e um delegado e visa atender às normas da Igreja diante dos questionamentos dos fiéis.
“A Comissão testemunha a lisura e a seriedade dos procedimentos requeridos pela Santa Sé. É uma atividade necessária destinada a responder a tantos que nos procuram em busca de informações acerca desses fenômenos”, informou o arcebispo.
A investigação, conforme o arcebispo, busca unir o caráter "científico, doutrinário e pastoral". As atividades seguem critérios estabelecidos pela Santa Sé e são realizadas sob sigilo canônico.
A comissão, agora, vai colher amostras dos líquidos supostamente vertidos pela imagem para análise da composição. Também serão observados os atos de veneração e as orações feitas pelos fiéis, a fim de verificar se seguem a doutrina católica.
Apesar da investigação, a Arquidiocese informou que o arcebispo não orientou a suspensão da devoção ou a peregrinação até a imagem.
Procurada pelo g1 para comentar sobre a abertura da investigação, Lilian não retornou os questionamentos.
A imagem já foi levada para análises científicas e o resultado foi inconclusivo. De acordo com o padre, em 2021, uma análise feita em laboratório e encomendada pela igreja comprovou que o mel vertido por ela não existe na Terra, pois não é produzido por nenhuma espécie de abelha.
A imagem foi perfurada na Universidade de Campinas (Unicamp). Diante da análise, concluíram que era oca. Enquanto sozinha, a imagem não verte nada, somente quando há presença de pessoas. A Igreja Católica não se manifestou oficialmente sobre o fenômeno.
O mel pode ser consumido e doado aos fiéis. Devido às inúmeras peregrinações, a imagem já precisou passar por alguns processos de restauração.