Notícias→DIRETO DA REDAÇÃO→Trump assina tarifa de 50% e exportadores de Rio Preto já projetam perdas
Trump assina tarifa de 50% e exportadores de Rio Preto já projetam perdas
A medida que passa a valer a partir de 6 de agosto
Por REPORTAGEM - Dhoje Interior
31 de Julho de 2025 às 09:27
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) o decreto que oficializa a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que passa a valer a partir de 6 de agosto. A decisão, que reacende tensões comerciais com o Brasil, mira setores como carne, frutas, café e cacau, mas poupa itens estratégicos como suco de laranja, aviões da Embraer, celulose, minério de ferro, madeira e petróleo.
A lista com 694 produtos isentos foi divulgada junto com o decreto, que também traz críticas diretas ao governo brasileiro e acusações de perseguição política contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores. A Casa Branca classificou a situação como “emergência nacional”.
Para o despachante aduaneiro Márcio Marcassa Jr., da empresa Rio Port, de Rio Preto, o cenário é delicado. A região de Rio Preto, conhecida por sua força logística e presença de grandes exportadores, deve sentir os efeitos.
“O maior desafio agora é redirecionar essa produção para outros mercados sem comprometer o valor final e o fluxo de caixa das empresas. Isso é fundamental para evitar demissões e prejuízos em cadeia”, diz Marcassa.
Ele também alerta para os contratos em andamento: “Esse ponto depende mais dos importadores americanos, mas o exportador brasileiro vai precisar ser muito parceiro nesse momento.”
O economista André Yano, também de Rio Preto, afirma que o impacto é direto sobre setores onde o Brasil é mais competitivo. “A medida afeta justamente os setores de valor agregado, como carnes e frutas. O impacto será sentido na indústria, na logística e no comércio regional, que dependem do agronegócio”, explica.
Marcassa reforça que as empresas não devem esperar uma solução imediata e precisam se antecipar. “A primeira atitude já deveria ser a busca por novos mercados, na tentativa de escoar a produção que estava destinada aos EUA. Mesmo que a tarifa seja revista no futuro, é fundamental diversificar os destinos, analisar a possibilidade de instalar unidades produtivas nos Estados Unidos e fortalecer o mercado interno. O reposicionamento é urgente.”