Promoções
Notícias
Notícias
BUXIXO DA GENTEDIRETO DA REDAÇÃO
ProgramaçãoAnuncie
22:01
AO VIVO
Rádio Kairós FM - A Rádio da Gente!
Notícias
Notícias→DIRETO DA REDAÇÃO→Região tem 46 doadores de órgãos e tecidos por milhão de habitantes

Região tem 46 doadores de órgãos e tecidos por milhão de habitantes

O Dhoje inicia hoje uma série de reportagens sobre captação, doação e transplante. As matérias serão publicadas sempre aos domingos

Por Daniele JAMMAL - Dhoje Interior
04 de Agosto de 2025 às 09:27

A região de Rio Preto tem 46 doadores de órgãos e tecidos por milhão (ppm) de habitantes. Esse índice é superior aos 42,3 ppm registrados em 2024 pelo Paraná, líder nacional em doações dessa natureza. O Brasil tem taxa de 18 ppm e o Estado de São Paulo, 22 ppm. As informações são da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base.
No país, atualmente, há 78 mil pessoas aguardando por um órgão ou tecido. A maior demanda, segundo o Ministério da Saúde, é para rim (42.838), córnea (32.349) e fígado (2.387) em 2024. Em São Paulo, são 28 mil pacientes na fila para transplante, sendo 20,8 mil para rim, 6,6 mil para córnea e 848 para fígado. Em Rio Preto, 40 pessoas esperam por um fígado e 157 por um rim. 
“Todo mundo pode ser doador. A idade influencia muito na qualidade do órgão e por isso é difícil doação após os 80 anos”, afirma João Fernando Picollo de Oliveira, médico nefrologista e coordenador da OPO, que integra 24 hospitais das regiões de Rio Preto e Araçatuba, conectados via protocolo e telemedicina para captação de órgãos.

MORTE ENCEFÁLICA

Ele explica que o protocolo de morte encefálica é iniciado para pacientes que foram vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou com TCE (Traumatismo Cranioencefálico); ou ainda pós-operatório de tumor neurológico ou pós parada cardíaca e reanimação que passou de 30 minutos, com possíveis danos irreversíveis. Nesse caso o paciente pode doar órgãos ou tecidos, que precisam ser retirados em até 24h.

“O doador com morte encefálica está na UTI e faleceu com o suporte dos equipamentos que mantêm o coração batendo e está ligado no respirador. Mas temos também o doador com o coração parado, que é a pessoa com morte natural. Esse paciente só pode doar córneas, que precisam ser retiradas até 6 horas após a morte”, esclarece.

Para que seja aberto o protocolo é preciso que estejam presentes pré-requisitos bem rígidos: a causa do coma tem que ser conhecida e não pode ser obscura; padrão da temperatura corporal de, no mínimo, 35 graus; ausentes todos os reflexos do tronco cerebral; e o paciente não pode estar sedado há pelo menos 10 horas.

“O diagnóstico segue a legislação brasileira e Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). Quem vai atestar a morte encefálica são médicos que cuidam de pacientes críticos, como neurocirurgiões, intensivistas e neurologistas, e têm que ser previamente treinados e habilitados”, salienta Picollo.

A Resolução de 1997 foi atualizada em 2017 e, de acordo com o coordenador da OPO, padronizou a questão da segurança do diagnóstico.

“Os testes neurológicos são feitos no tronco cerebral, onde estão as funções vitais, reflexo da córnea, teste de apneia para verificar se consegue respirar ou não sozinho. E esses exames são realizados com intervalos de, no mínimo, uma hora e por médicos diferentes”, frisa.

Após os dois exames clínicos, é feito um complementar que vai mostrar que não tem fluxo de sangue para o cérebro, podendo ser uma arteriografia, cintilografia ou eletroencefalografia e até o doppler transcraniano (DPC). 

Segundo o especialista, o tempo cirúrgico para extração de coração, pulmão, fígado e rim leva, em média, 6 horas. Já para as córneas, 30 minutos.

INFECÇÕES E CÂNCER

“A doação não pode levar nenhum tipo de infecção ou neoplasia maligna (câncer) para o receptor. E por isso não pode doar quem tem HIV positivo, tuberculose em atividade ou sepse (infecção sistêmica) não controlada”, destaca o nefrologista.

Quem tem neoplasia maligna ativa também não pode ser doador. “Agora se for antecedente de câncer e não teve recidiva (retorno da doença), no prazo de cinco anos, pode fazer a doação”, ressalta. 

O médico pondera que com o avanço da idade aumenta a chance de ter alguma comorbidade, hipertensão, diabetes e o próprio sobrepeso que hoje afeta metade dos brasileiros, o que inviabiliza muitas vezes o órgão.

“Uma pessoa de 1,75 m de altura, por exemplo, já é considerada com sobrepeso se tiver mais de 90 quilos. O problema do sobrepeso é que acaba provocando esteatose, a gordura no fígado, tornando inviável o uso do órgão”, comenta.

VALIDAÇÃO

Após a autorização da família, é feita a coleta do sangue para exames para que o doador possa ser validado. A sorologia inclui hepatites, Chagas, toxoplasmose e HIV.

O tempo para que os exames fiquem prontos é de 3h no HB, de acordo com Picollo, mas em hospitais com menor infraestrutura e que precisem enviar para um laboratório terceirizado o prazo para resultado do HIV, por exemplo, chega a uma semana.

EQUIPE E COMISSÕES

A equipe de cirurgia é composta por seis profissionais. Em cada um dos 24 hospitais da OPO existem Comissões de Transplante formadas por médicos e enfermeiros que foram capacitados especialmente para o processo e que conversam com as famílias, atuam na validação do doador e acompanham cada caso até o órgão ou tecido ser transplantado.

No território paulista há duas Centrais de Transplantes, uma na capital e outra em Ribeirão Preto, que regulam a doação.

“É uma rede de informação que trabalha em conjunto com o objetivo de salvar vidas”, informa o nefrologista.

OITO VIDAS

Um doador saudável pode salvar até oito vidas, segundo Picollo. São um coração, dois pulmões, um fígado, um pâncreas e dois rins. Além dos tecidos (duas córneas, ossos, tendões e pele).

“Dos ossos, retiramos o fêmur e reconstituímos com uma prótese. Da pele, são extraídos fragmentos em pequenas incisões que vão para o Banco de Pele que atende grandes queimados”, informa o especialista.

TAXA DE RECUSA

Depois da autorização dos familiares, são feitos exames para compatibilidade de sangue entre doador e receptor. No caso de coração e pulmão são levados em consideração peso e altura do paciente e no transplante de rim a compatibilidade HLA (Antígenos Leucocitários Humanos). 

“A taxa de não utilização de órgãos captados fica em torno de 20%”, afirma o nefrologista. 

Conforme Picollo, são mais de 10 mil notificações de morte encefálicas por ano. 

“Em 30 anos, nunca houve uma contestação. O diagnóstico é seguro e todos os processos passam por auditoria. No ano passado, tivemos 92 doadores e esse número pode ser ainda maior em 2025, desde que as famílias autorizem. A morte de um ente querido é um momento em que a dor pode se transformar em solidariedade”, finaliza.

Veja mais

BUXIXO DA GENTE
1.
MC Mirella se irrita com familiares e desabafa sobre caos em casa
BUXIXO DA GENTE
2.
Fábio Assunção revela ter sido assediado quando criança
BUXIXO DA GENTE
3.
Faustão paga R$ 100 mil a mais para Alexandre Pires e ignora devolução
BUXIXO DA GENTE
4.
Sasha posa de topless, recebe elogio ousado do marido e agita a web
DIRETO DA REDAÇÃO
5.
Marcondes é indiciado por injúria racial e advogado contesta uso de IA em inquérito
© 2025, Rádio Kairós FM.
Todos os direitos reservados.
Rua 9 de Julho, 1987, Centro, MIRASSOL - SP, 15130-067
(17) 3243-2040producao@kairosfm.com.br

Desenvolvido por
Ao vivoNotíciasProgramaçãoPromoçõesMais
AO VIVO
Rádio Kairós FM - A Rádio da Gente!
AO VIVO
Rádio Kairós FM - A Rádio da Gente!