Preço do bacalhau faz consumidores optarem por outros peixes na Quaresma
24/03/2025
24 de Março de 2025 às 09:25
O período da Quaresma que antecede a Páscoa é marcado para os católicos como um momento que tem como um dos atos a restrição de carne vermelha. Com isso, há um aquecimento no comércio devido a um aumento do consumo por carnes brancas, principalmente, de peixe. No almoço de Páscoa, a tradicional bacalhoada ainda é o carro-chefe em muitas residências, porém, este ano o aumento no preço é de aproximadamente 15% nos empórios e supermercados.
Atualmente, a Noruega é o maior produtor e exportador de bacalhau do mundo, Portugal é o maior importador, na lista de importadores estão Dinamarca, Reino Unido e o Brasil no segundo lugar de maior importador desse peixe.
Segundo os economistas, um dos desafios do setor tem sido a diminuição das quotas de pesca, que tem como um reflexo a redução da produção dos peixes nas águas frias de Barents. Neste ano, na Noruega, poderão ser pescadas 9.217 toneladas de bacalhau, a quantidade será ainda menor em 2026. Com essa questão, o reflexo recai diretamente no preço final para o consumidor.
A Noruega arrecadou o ano passado um valor total de exportações desse peixe de 1100 milhões de euros, nos quais Portugal tem um peso expressivo. Em 2023, Portugal importou 36% de bacalhau, o equivalente a 396 milhões de euros, o que se traduziu na recepção de 161.777 toneladas. Embora se trate de uma quantidade significativa, chegaram a território nacional menos 28.419 toneladas face a 2022, ano em que tinham sido registadas 190.196 toneladas.
Ainda que a Noruega seja conhecida pelas suas práticas e políticas sustentáveis no que à pesca diz respeito, e além da “renovação de gerações” da espécie, as alterações climáticas têm colocado obstáculos ao natural funcionamento dos ecossistemas. O aumento das temperaturas ao nível global está a impactar a quantidade disponível de peixe, tendo levado as populações de bacalhau a migrar para águas ainda mais frias. A maior frequência de fortes tempestades, devido à instabilidade do clima, acaba também por impedir os pescadores de sair para o mar.
Conforme pesquisa comparativa dos preços médios de fevereiro de 2024 com fevereiro de 2025, o valor do bacalhau teve aumento de cerca de 15.72%, no mercado e em empórios com vendas especializadas o preço médio de 1kg de bacalhau custa R$ 117,00, já um 1,5 Kg valor ultrapassa os R$ 200.
Com o preço mais salgado do bacalhau, a balconista Maria Aparecida, de 58 anos, vai optar por um peixe mais barato. "Todo ano eu faço a tradicional bacalhoada, mas este ano vou optar por um peixe mais barato, não dá para comprar com o valor que está", afirma.
Outras opções mais em conta, porém, que também tiveram aumento estão o Camarão Sete Barbas Grande, com aumento de 40,79%. Já o Camarão Rosa Limpo teve aumento de 13,7% e o Camarão Sete Barbas aumento de 13.37%.
Para o motorista João Roberto, de 68 anos, opção mais barata será a escolha deste ano. "Não passaremos a data sem comer peixe, porém, optarei por um mais acessível como sardinha, tilápia que são ótimas opções e em casa todo mundo aprova", conta.
Por Helena SOUZA - Dhoje Interior
Atualmente, a Noruega é o maior produtor e exportador de bacalhau do mundo, Portugal é o maior importador, na lista de importadores estão Dinamarca, Reino Unido e o Brasil no segundo lugar de maior importador desse peixe.
Segundo os economistas, um dos desafios do setor tem sido a diminuição das quotas de pesca, que tem como um reflexo a redução da produção dos peixes nas águas frias de Barents. Neste ano, na Noruega, poderão ser pescadas 9.217 toneladas de bacalhau, a quantidade será ainda menor em 2026. Com essa questão, o reflexo recai diretamente no preço final para o consumidor.
A Noruega arrecadou o ano passado um valor total de exportações desse peixe de 1100 milhões de euros, nos quais Portugal tem um peso expressivo. Em 2023, Portugal importou 36% de bacalhau, o equivalente a 396 milhões de euros, o que se traduziu na recepção de 161.777 toneladas. Embora se trate de uma quantidade significativa, chegaram a território nacional menos 28.419 toneladas face a 2022, ano em que tinham sido registadas 190.196 toneladas.
Ainda que a Noruega seja conhecida pelas suas práticas e políticas sustentáveis no que à pesca diz respeito, e além da “renovação de gerações” da espécie, as alterações climáticas têm colocado obstáculos ao natural funcionamento dos ecossistemas. O aumento das temperaturas ao nível global está a impactar a quantidade disponível de peixe, tendo levado as populações de bacalhau a migrar para águas ainda mais frias. A maior frequência de fortes tempestades, devido à instabilidade do clima, acaba também por impedir os pescadores de sair para o mar.
Conforme pesquisa comparativa dos preços médios de fevereiro de 2024 com fevereiro de 2025, o valor do bacalhau teve aumento de cerca de 15.72%, no mercado e em empórios com vendas especializadas o preço médio de 1kg de bacalhau custa R$ 117,00, já um 1,5 Kg valor ultrapassa os R$ 200.
Com o preço mais salgado do bacalhau, a balconista Maria Aparecida, de 58 anos, vai optar por um peixe mais barato. "Todo ano eu faço a tradicional bacalhoada, mas este ano vou optar por um peixe mais barato, não dá para comprar com o valor que está", afirma.
Outras opções mais em conta, porém, que também tiveram aumento estão o Camarão Sete Barbas Grande, com aumento de 40,79%. Já o Camarão Rosa Limpo teve aumento de 13,7% e o Camarão Sete Barbas aumento de 13.37%.
Para o motorista João Roberto, de 68 anos, opção mais barata será a escolha deste ano. "Não passaremos a data sem comer peixe, porém, optarei por um mais acessível como sardinha, tilápia que são ótimas opções e em casa todo mundo aprova", conta.
Por Helena SOUZA - Dhoje Interior
