A Prefeitura de Catanduva (SP) encerrou oficialmente, nesta última quinta-feira (11/12/2025), o contrato com a Organização Social de Saúde (OSS) Mahatma Gandhi, responsável pela gestão da UPA 24h e das Unidades Básicas de Saúde do município. A instituição foi alvo de uma grande operação da Polícia Federal e do Ministério Público em agosto deste ano, que apura supostos desvios de verbas públicas, além de crimes como organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, uso de informações privilegiadas e até tentativa de destruição de provas.
Com o rompimento do vínculo, a administração municipal informou que, a partir desta sexta-feira (12/12/2025), a gestão dos serviços passa a ser assumida, em caráter emergencial, pela Associação Benemerência Bom Jesus. A medida valerá até a conclusão do processo de Chamada Pública para escolha de uma nova entidade.
Segundo comunicado oficial, a transição está sendo acompanhada e fiscalizada pela Secretaria Municipal de Saúde para garantir “qualidade, segurança dos pacientes, humanização e melhoria contínua dos serviços”.
A Prefeitura também afirmou estar adotando todas as providências administrativas e legais para assegurar que os salários e verbas rescisórias dos trabalhadores contratados pela Mahatma Gandhi sejam pagos integralmente. Para isso, mantém diálogo com o sindicato da categoria durante todo o processo.
O governo municipal reforçou ainda o compromisso com a transparência, a legalidade e a continuidade do atendimento à população durante a mudança de gestão.
Operação da Polícia Federal
Em 07 de agosto de 2025, a Polícia Federal, em conjunto com o Gaeco (Ministério Público), deflagrou a chamada Operação Descalabro / Operação Duas Caras, que investiga supostos desvios de recursos públicos da saúde ligados à organização social Mahatma Gandhi com atuação em Catanduva e Bebedouro, no interior de SP.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Catanduva e em outras cidades, com autorização da Justiça Federal. A investigação aponta que líderes da OSS teriam usado a entidade e contratos com empresas de fachada para desviar verbas públicas, firmar acordos fraudulentos e ocultar patrimônio.
Crimes sob apuração incluem peculato, corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e fraudes em licitações. A investigação envolve cifras que podem ultrapassar R$ 1,6 bilhão e houve prisões e medidas de sequestro de bens de investigados