Gominho perde 50 kg com ‘caneta’ e médico alerta para riscos
Por Luigi Civalli
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03 de Junho de 2025 às 09:23
Gominho revelou recentemente que perdeu cerca de 50 kg em um processo que envolveu mudança alimentar, atividade física regular e o uso da tirzepatida, conhecida comercialmente como Mounjaro. O apresentador, ao contrário de outras figuras públicas, abordou o tema de forma direta e transparente.
O medicamento, aprovado para diabetes tipo 2 e também indicado para controle de peso em pessoas com obesidade ou sobrepeso com comorbidades, ganhou visibilidade com o apoio de celebridades e influenciadores nas redes sociais. No entanto, especialistas reforçam que o tratamento precisa ser conduzido com cuidado.
Uso responsável e limites da tirzepatida
O nutrólogo Rodrigo Schöder explica que a tirzepatida tem eficácia reconhecida, mas não substitui mudanças de comportamento. “A perda de peso costuma aparecer após 4 a 6 semanas e atinge platô por volta de 9 a 12 meses. Sem reeducação alimentar e atividade física, o benefício diminui, e o peso tende a voltar após a suspensão”, pontua.
De acordo com o especialista, o Mounjaro atua nos mecanismos de saciedade do cérebro. “É agonista duplo de GLP-1 e GIP. O GLP-1 retarda o esvaziamento gástrico e sinaliza saciedade ao hipotálamo; o GIP potencializa esse efeito, resultando em menor ingestão calórica”, explica.
Possíveis reações e contraindicações
Assim como qualquer medicamento, a tirzepatida pode provocar efeitos colaterais. “Nos estudos comparativos, o perfil de eventos gastrointestinais — náusea, vômito, diarreia — foi semelhante ou discretamente maior com a tirzepatida em relação à semaglutida 1 mg”, detalha Schöder.
Ele também chama atenção para as restrições: “É medicamento de prescrição, contraindicado para menores de 18 anos, gestantes, lactantes, pacientes com histórico de pancreatite ou com carcinoma medular de tireoide na família.”
Mudança de estilo de vida continua sendo o foco
O médico reforça que a tirzepatida não representa uma solução definitiva. “Sem manutenção farmacológica ou mudança de estilo de vida, 50 a 70% do peso perdido tende a ser recuperado em um a dois anos”, afirma.
Para Schöder, a chave está no equilíbrio entre ferramenta médica e responsabilidade pessoal: “A gente não pode terceirizar 100% da saúde para um remédio. Ele ajuda, mas a base continua sendo alimentação, movimento e constância.”