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Inflação oficial desacelera em junho, mas preço da conta de luz segue em alta, aponta IBGE
No ano, energia elétrica acumula alta de 6,93%, destacando-se como principal impacto individual no resultado acumulado do IPCA
Por Por Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
10 de Julho de 2025 às 09:39
A inflação oficial do país desacelerou pelo quarto mês seguido e chegou a 0,24% em junho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve uma queda de 0,02 ponto percentual em relação a maio, quando variou 0,26%.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,35%, acima dos 5,32% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2024, a variação havia sido de 0,21%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o grupo alimentação e bebidas apresentou variação negativa (-0,18%), enquanto os demais ficaram entre o 0,99% de habitação e o 0,00% de educação.
Conta de luz segue alta
Com a vigência da bandeira tarifaria vermelha patamar 1 no mês de junho, adicionando R$4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, a energia elétrica residencial (2,96%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice do mês.
No ano, a conta de luz do brasileiro acumula uma alta de 6,93%, destacando-se como o principal impacto individual no resultado acumulado do IPCA (2,99%).
Esta variação (6,93%) é a maior para um primeiro semestre desde 2018 quando o acumulado foi de 8,02%.
Ainda em habitação, a taxa de água e esgoto (0,59%) contemplou os seguintes reajustes:
9,88% em Brasília (9,27%) a partir de 1º de junho;
4,76% em Rio Branco (2,19%) desde 1º de maio;
3,83% em Curitiba (2,07%) a partir de 17 de maio
6,58% em Porto Alegre (0,32%) vigente desde 4 de maio.
Transporte mais caro
O grupo dos transportes, após o recuo de 0,37% em maio, variou 0,27% em junho. Mesmo com a queda dos combustíveis (-0,42%), as variações no transporte por aplicativo (13,77%) e no conserto de automóvel (1,03%) impulsionaram a alta.
O táxi (0,64%) reflete o reajuste médio de 8,71% nas tarifas em Belo Horizonte (6,54%) a partir de 7 de junho.
Preço dos alimentos caem
O grupo alimentação e bebidas, que possui o maior peso no índice, foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados a apresentar variação negativa em junho (-0,18%) após a alta de 0,17% em maio.
Após nove meses consecutivos de altas, a queda em junho foi impulsionada pela alimentação no domicílio que saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho, com as quedas do ovo de galinha (-6,58%), do arroz (-3,23%) e das frutas (-2,22%).
No lado das altas destaca-se o tomate (3,25%).
Já a alimentação fora do domicílio registrou variação de 0,46% em junho, frente ao 0,58% de maio. O subitem lanche acelerou de 0,51% em maio para 0,58% em junho, e a refeição, por sua vez, saiu de 0,64% em maio para 0,41% em junho.
Por região
Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,64%) ocorreu em Rio Branco por conta do cinema, teatro e concertos (77,22%), devido ao encerramento da promoção de meia entrada, e da energia elétrica residencial (3,99%).
A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,08%) em razão da queda nas frutas (-5,15%) e na gasolina (-1,38%).
Moradores de Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador, São Paulo e Vitória também sentiram impacto mais forte dos preços em junho, já que tiveram reajustes acima da média brasileira.