Anitta, viajou neste fim de semana ao Território Indígena no Mato Grosso
Por Flavia Cirino - Ofuxico
18 de Agosto de 2025 às 09:28
Anitta, de 32 anos, viajou neste fim de semana ao Território Indígena do Xingu, no Mato Grosso, para conhecer de perto tradições e lideranças indígenas. A cantora esteve acompanhada de LucianoHuck, de 53 anos, que grava uma série especial para o Domingão da TV Globo.
Os dois se encontraram com o cacique Raoni Metuktire, de 92 anos, reconhecido nacional e internacionalmente por sua atuação na defesa da Amazônia e dos povos originários.
No sábado, 16, Anitta e Huck participaram da cerimônia do Kuarup na comunidade Ipatse, do povo Kuikuro. O ritual, considerado um dos mais importantes da cultura indígena, realiza-se em memória dos mortos. A presença da artista reforçou sua aproximação com causas sociais e ambientais, que ela já havia apoiado em outras ocasiões.
Compromisso com pautas indígenas
Além da passagem pelo Xingu, Anitta e Luciano Huck também seguiram para a Terra Indígena Capoto-Jarina. A visita fortalece um diálogo com lideranças e amplia a visibilidade da luta pela demarcação e preservação dos territórios.
Não é a primeira vez que a cantora demonstra engajamento nesse campo. Em abril deste ano, ela participou da campanha “Brasil Indígena, Terra Demarcada”, organizada pelo coletivo Mídia Indígena, com o objetivo de ampliar o debate sobre os direitos dos povos originários e chamar atenção para a urgência da demarcação de terras.
O ritual do Kuarup
De acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Kuarup é realizado sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Troncos de madeira ornamentados representam cada homenageado e são colocados no centro da aldeia. Durante a noite, familiares permanecem acordados, chorando e rezando em homenagem aos que partiram.
O Kuarup também inclui o rito de passagem das meninas que entram na vida adulta, após um ano de reclusão. Outro momento marcante é a luta Huka Huka, realizada entre os guerreiros. Eles se preparam na véspera com rituais de força, pinturas corporais e ervas medicinais. Durante a luta, o objetivo é tocar ou derrubar o adversário, em uma disputa simbólica de resistência e coragem.
Ao final, os ornamentos dos troncos são entregues às famílias e, depois, lançados na Lagoa Ipavu, marcando a libertação das almas dos mortos.