Imagem: Berta Loran - Foto: Globo/ Márcio de Souza
Morre Berta Loran, ícone do humor brasileiro
Luto no Humor Brasileiro
Por Flavia Cirino - Ofuxico
29 de Setembro de 2025 às 10:23
O humor brasileiro perdeu uma de suas maiores referências. BertaLoran morreu na madrugada desta segunda-feira, 29 de setembro, no Rio de Janeiro, aos 99 anos. Internada em um hospital particular de Copacabana, a atriz e comediante teria completado 100 anos em março de 2026. A causa da morte, contudo, ainda não foi informada pela família.
“Hospital Copa D’Or informa, com pesar, o falecimento da Sra. Berta Loran na noite de domingo (28) e se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, destacou a nota oficial da unidade hospitalar.
Dos clubes judaicos à televisão
Nascida em Varsóvia, na Polônia, em 23 de março de 1926, com o nome de Basza Ajs, ela chegou ao Brasil ainda na infância. Veio com os pais em busca de refúgio, assim escapando das perseguições contra judeus na Europa. No país que a acolheu, Berta logo encontrou também sua vocação artística.
O primeiro contato de Berta com o público, entretanto, ocorreu em apresentações realizadas em clubes da comunidade judaica. Desde cedo, demonstrava talento para o palco e atraía olhares pela espontaneidade.
A carreira profissional ganhou projeção nos anos 1960, quando integrou programas de humor que se tornariam clássicos da televisão. Participou de “Balança, Mas Não Cai”, “Escolinha do Professor Raimundo” e “Zorra Total”. Com seu estilo marcante, fez rir diferentes gerações e abriu caminho para outras mulheres em um espaço ainda dominado por homens.
Além da TV, atuou em novelas, minisséries e peças teatrais. No palco, levava irreverência e naturalidade, características que a consagraram como uma pioneira do humor.
Carisma que atravessou gerações
Ao longo da carreira, Berta conquistou respeito e admiração pela versatilidade e pelo carisma. Era lembrada não apenas pela veia cômica, mas também pela delicadeza e autenticidade que transmitia em cena. Tornou-se referência para humoristas mais jovens, que viam nela um exemplo de força e resistência feminina no meio artístico.
Nos últimos anos, preferiu uma vida reservada, afastada das câmeras. Mesmo longe da TV, permaneceu como símbolo de um período marcante do humor brasileiro, carregado de criatividade e leveza.