14 casos confirmados de intoxicação por bebidas e 41 presos em SP
Polícias Civil e Militar, apreendeu mais de 50 mil garrafas suspeitas de falsificação e prendeu 41 pessoas
Por Danielle MOLNAR - DHoje Interior
07 de Outubro de 2025 às 09:41
Em uma série de operações realizadas em bares, distribuidoras e fábricas clandestinas em todo estado de São Paulo, a Polícia Científica, em conjunto com as polícias Civil e Militar, apreendeu mais de 50 mil garrafas suspeitas de falsificação e prendeu 41 pessoas. Entre os detidos está o maior fornecedor de materiais para adulteração de bebidas do estado, capturado na zona norte da capital, na última sexta-feira, 3.
O trabalho da Polícia Científica começa com a análise das embalagens pelo setor de Documentoscopia, que examina rótulos, selos e tampas para identificar falsificações ou reutilização de garrafas originais. Em seguida, as amostras passam pelo Núcleo de Química, onde equipamentos como espectrômetro de massa e cromatógrafo detectam e medem a presença de metanol, substância tóxica que pode causar cegueira e até a morte em doses elevadas.
O estado de São Paulo registra, até o momento, 192 casos relacionados ao consumo de bebidas adulteradas: 14 foram confirmados, com laudos atestando a presença de metanol e circunstâncias que indicam ingestão da substância; 178 ainda estão em investigação, aguardando exames laboratoriais e análise das circunstâncias de ingestão.
Entre esses casos, nove mortes são associadas ao consumo de bebidas adulteradas, sendo duas confirmadas com laudos e sete em investigação. Outros 15 casos foram descartados após análise clínica.
Segundo os peritos, as bebidas adulteradas apresentam concentrações de metanol muito superiores às encontradas em produtos regulares, tornando o consumo extremamente perigoso. Cada etapa do trabalho, desde a análise das embalagens até os testes químicos, é crucial para garantir a segurança da população e fornecer provas robustas para investigações e processos criminais.
No total, cerca de 60 operações foram realizadas em bares, festas, distribuidoras e fábricas clandestinas. Em apenas sete dias, mais de 7 mil garrafas com suspeita de falsificação foram apreendidas no estado, além de tampas, rótulos e outros insumos usados na produção.