Com estiagem menos rigorosa, atendimentos respiratórios despencam
De 15.095 para 7.378, setembro tem redução de 50% nos casos de atendimento respiratórios em Rio Preto, segundo Secretaria de Saúde
Por Daniela MANZANI - DHoje Interior
14 de Outubro de 2025 às 09:24
A estiagem – período de calor, seca e ventanias – está sendo considerada mais amena este ano na região de Rio Preto. O mês de setembro em 2025 encerrou com queda drástica nos atendimentos respiratórios em comparação com o mesmo período de 2024. Segundo dados da Secretaria de Saúde de Rio Preto, em 2024, os atendimentos por doenças respiratórias nas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) somaram no mês de junho 13.337 casos, 10.722 em julho, contra 13.307 em agosto e, ainda, 15.095 em setembro. Já neste ano, os registros por atendimentos respiratórios foram de 11.970 em junho, contra 9.937 em julho, 13.033 em agosto e mas em setembro uma queda exponencial com 7.378 casos registrados; ou seja, cerca de 50% de redução.
Segundo o pneumologista Rafael Musolino, do Hospital de Base de Rio Preto, a primavera caracteriza-se por uma liberação de pólen, podendo aumentar a incidência de quadros alérgicos respiratórios, como renite e asma. Porém, a maior frequência de chuvas reduz a quantidade de poeira no ar – o que acaba contrabalanceando o aumento do pólen no ar. “Para pacientes que são alérgicos ao pólen, há uma piora da alergia nesse início da estação”, fala.
Ele diz que tradicionalmente os meses de abril até setembro são os piores meses em relação as infecções respiratórias, de modo que a chegada de outubro faz com que a comunidade médica espere uma redução gradativa dos quadros respiratórios, principalmente os infecciosos, como gripes, esfriados e crises de asma, com o término do ciclo do inverno.
“As doenças que podem aumentar nessa época do ano são somente as que envolvem o pólen, então eventualmente pode haver uma piora dos quadros alérgicos de rinite e asma em pacientes que são sensibilizados a esse grão produzidos pelas flores", afirma.
Bruna Pierre, 42 anos, tem asma desde a infância e usa bombinha de Alenia 12x400 diariamente. Ela conta que, neste ano, não teve agravo durante o inverno e que o controle da asma permaneceu o mesmo, sem crises aumentadas. “É importante estar atento ao preventivo e manter a medicação contínua. Na primavera não passo mal por ser mais quente e não tenho alergia ao pólen, aliás gosto muito da primavera e me dou bem com a estação”, disse.