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Descarte irregular de lixo em Rio Preto é mapeado e preocupa saúde pública
05/05/2025
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05 de Maio de 2025 às 14:23
Multas chegam a R$ 8 mil; casos de leptospirose e escorpiões aumentam em meio ao acúmulo de resíduos nas ruas e terrenos baldios da cidade
Rio Preto enfrenta um crescimento preocupante no número de descartes irregulares de lixo, entulho e materiais diversos em áreas públicas como praças, calçadas e terrenos baldios. O problema, além de comprometer a paisagem urbana, tem impacto direto na saúde pública, com aumento de infestações por escorpiões, baratas, ratos e pombos, vetores de doenças potencialmente graves como leptospirose e meningite.
Segundo a Inspetoria Fiscal de Posturas da Secretaria Municipal de Serviços Gerais, somente em 2025 já foram aplicadas 42 multas a infratores flagrados jogando resíduos em locais inapropriados ou pela negligência na limpeza dos passeios. Além disso, mais de 200 notificações já foram expedidas e aguardam prazo legal para reavaliação. Quem não cumprir as exigências será autuado.
Os valores das multas variam de 20 a 100 UFMs (Unidades Fiscais do Município), o que atualmente corresponde a montantes entre R$ 1.607,80 e R$ 8.039,00, dependendo da quantidade descartada e da reincidência.
Mesmo com nove agentes fiscais atuando em toda a cidade, a demanda é crescente. “Temos mapeados os pontos mais críticos e atualizamos conforme novas denúncias chegam. Os bairros com maior número de ocorrências são Nova Esperança, Mais Viver, São Thomaz, João Paulo II, Parque Residencial Lealdade e Residencial Solidariedade”, informou a pasta.
Além da sujeira visível, os impactos atingem diretamente a saúde da população. De acordo com Luiz Alberto Feboli Filho, gerente de controle de vetores da Secretaria da Saúde, os entulhos e o lixo doméstico criam o ambiente perfeito para a proliferação de escorpiões, especialmente o escorpião-amarelo, cuja picada pode ser fatal em crianças, além de baratas, ratos e pombos.
“O lixo atrai as baratas, que são o principal alimento do escorpião. Já os ratos, com a chegada das chuvas, espalham urina contaminada, especialmente nas calçadas e terrenos próximos às residências. Isso aumenta o risco de leptospirose, uma doença séria que já tem casos em investigação na cidade, inclusive com suspeita de óbito”, alerta Feboli.
A população de ratos, segundo ele, tem crescido “de forma alarmante” em Rio Preto, refletindo um problema que atinge grandes centros urbanos ao redor do mundo. “Quanto mais gente, mais lixo. E automaticamente, mais ratos”, afirma. Ratazanas e ratos de telhado, além de disseminar doenças, causam prejuízos materiais ao roer móveis, roupas e alimentos.
Embora muitas vezes ignorado pela população, o pombo urbano também representa uma ameaça séria à saúde pública. Aves aparentemente inofensivas, os pombos podem transmitir doenças como criptococose e alguns tipos de meningite, principalmente por meio das fezes acumuladas em telhados, calhas e forros de casas e comércios.
Apesar da gravidade do cenário, a Secretaria de Saúde não tem poder de autuar diretamente. As denúncias recebidas pelo setor são encaminhadas à Secretaria de Serviços Gerais, responsável pela fiscalização e aplicação de penalidades.
PONTOS DE APOIO Os pontos de apoio, locais onde a população pode legalmente descartar resíduos, também enfrentam dificuldades. A prefeitura não informou se estão superlotados e se os responsáveis pelos recentes incêndios foram identificados.
Desde o início de 2025, os Pontos de Apoio da cidade passaram a ficar abertos 12 horas por dia, 7 dias da semana. Ou seja, abrem das 7h às 19h todos os dias, inclusive aos sábados e domingos. "Essa medida foi tomada para que a população possa descartar os materiais nos lugares corretos", afirma a secretaria de serviços gerais. Apesar da medida tomada pela pasta, ainda é extremamente comum avistarmos sofás, colchões e outros tipos de descartes irregulares pelas calçadas e terrenos da cidade.