Primeiro nomeado no mundo desde o conclave, arcebispo de Rio Preto recebe pálio das mãos do papa Leão XIV em Roma: 'Grande comoção'

Pálio é uma vestimenta litúrgica colocada sobre os ombros dos arcebispos. Cerimônia ocorreu no domingo (29), na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Dom Antônio Emílio Vilar foi elevado a arcebispo neste ano.

Por Por Desirèe Assis, g1 Rio Preto e Araçatuba

30 de Junho de 2025 às 09:10

Primeiro nomeado no mundo desde o conclave, o arcebispo de São José do Rio Preto (SP), Dom Antônio Emílio Vilar, recebeu no domingo (29) a imposição do pálio arquiepiscopal das mãos do papa Leão XIV, em uma cerimônia realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O pálio, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é uma vestimenta litúrgica que é colocada sobre os ombros dos arcebispos. A palavra deriva do latim pallium - manto de lã - e simboliza a missão pastoral dos bispos.

Na cerimônia de domingo, o papa Leão abençoou e entregou os pálios a 54 arcebispos, entre eles cinco brasileiros, nomeados nos últimos 12 meses. Foi o primeiro encontro de Dom Vilar com o novo pontífice.

Durante a celebração, o arcebispo de Rio Preto também pronunciou o juramento de fidelidade ao lado dos demais novos arcebispos de todo o mundo: “Serei sempre fiel e obediente ao Bem-aventurado Apóstolo Pedro, à Santa e Apostólica Igreja de Roma, a ti, Sumo Pontífice, e a teus legítimos sucessores. Assim me ajude Deus Onipotente”.

Ao g1, Dom Vilar comentou sobre o significado do gesto de receber o pálio das mãos do papa, bem como ressaltou que, agora arcebispo, tem o compromissos de manter a missão de ser peregrino da esperança aos cristãos no noroeste paulista.

“Foi um momento único na vida da gente e poder ser agraciado de também receber o pálio como comunhão do pastoreio do papa nesta unidade. Então, momento de grande comoção de viver esse momento de igreja único na nossa vida", se comoveu o arcebispo.

Segundo o arcebispo, antes, ele teve a oportunidade de visitar Roma por duas vezes. Nesse contexto, celebrou o retorno em um momento especial de coroação de 25 anos de serviços à Igreja Católica.

"É um momento que expressa um crescimento, um amadurecimento de todos, uma colheita de frutos. O símbolo é um momento de proximidade com Cristo, né? Ele é o vigário de Cristo na Terra. Então, a liturgia em si tem essa conotação", pontua Dom Vilar.

Há mais uma etapa no rito, que, segundo a Arquidiocese de Rio Preto, será realizada no dia 9 de julho, na catedral de Rio Preto. A viagem de Dom Vilar, dos demais padres e representantes da arquidiocese termina na terça-feira (1º), quando retornam ao Brasil.

Dom Vilar tomou posse como arcebispo de Rio Preto em maio deste ano. De acordo com a agora Arquidiocese de São José do Rio Preto, trata-se da primeira arquidiocese criada em todo o mundo pelo papa Leão XIV, logo nos primeiros dias de seu pontificado.

A nova província foi desmembrada da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto (SP). O arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, fez a imposição do pálio sobre Dom Vilar.

Agora, a Arquidiocese Metropolitana de Rio Preto coordena também as dioceses de Barretos, Catanduva, Jales e Votuporanga (SP).

Após a diocese ser elevada a arquidiocese metropolitana, a principal igreja católica da cidade foi promovida à condição de catedral metropolitana e passa por obras de revitalização que incluem uma cruz de 20 metros de altura.

O que é o pálio?

De acordo com informações do portal oficial Vatican News, o pálio é uma vestimenta litúrgica usada na Igreja Católica, consistindo de uma faixa de pano de lã branca que é colocada sobre os ombros dos arcebispos.

Sendo assim, o pálio é o símbolo da missão pastoral do bispo. O pálio é também a prerrogativa dos arcebispos metropolitanos, como símbolo de jurisdição em comunhão com a Santa Sé.