Retorno de doenças erradicadas ameaça crianças na região de Rio Preto (SP)
Cobertura da primeira dose da tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola
21 de Julho de 2025 às 09:28
A vacinação infantil no Brasil vive uma situação crítica, com índices de cobertura significativamente abaixo das metas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados recentes apontam que, apesar de avanços em 2023, ainda há grande vulnerabilidade que pode resultar na volta de doenças que já pareciam extintas no país.
No cenário brasileiro, a cobertura da primeira dose da tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — caiu de 93,1% em 2019 para cerca de 71,5% em 2021, deixando cerca de 700 mil crianças desprotegidas. Embora tenha havido recuperação, com o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP (vacina pentavalente) caindo de 687 mil em 2021 para 229 mil em 2024, o país ainda ocupa a 17ª posição no ranking mundial de nações com mais crianças sem cobertura da DTP1 — e segue abaixo da meta de 95% estabelecida pela OMS.
Na Região Noroeste do Estado de São Paulo, que inclui o município de São José do Rio Preto, os dados seguem o padrão preocupante do estado. Um estudo do VacinaBR 2025 mostrou que apenas 17 dos 645 municípios do estado atingiram as metas para todas as vacinas infantis — ou seja, em mais de 97% das cidades as taxas permanecem abaixo do ideal. Ainda que não haja dados públicos específicos município a município divulgados, é razoável supor que São José do Rio Preto (SP) e vizinhança se encontram entre os municípios com cobertura aquém do recomendado.
Especialistas consideram esse quadro alarmante. A infectologista Maria Borges alerta ser “urgente intensificar a comunicação de risco e qualificar as equipes de saúde nas salas de vacinação” para evitar maior descontrole dos imunizantes. O infectologista Daniel Jarovsky enumera o problema mais grave: a falsa percepção de que doenças como poliomielite ou coqueluche não voltam porque “não aparecem mais”, quando, na verdade, apenas se mantêm controladas graças à imunização coletiva.
A queda na vacinação é atribuída a vários fatores: disseminação de desinformação e fake news sobre os efeitos colaterais ou suposta ineficácia das vacinas, dificuldades de acesso a serviços de saúde, cortes orçamentários em campanhas de conscientização e o impacto das restrições impostas pela pandemia de COVID‑19, que desviaram recursos e reduziram a priorização da imunização infantil.
A importância das vacinas, no entanto, não pode ser subestimada. Elas são apontadas por especialistas como a intervenção de saúde pública mais custo-efetiva, prevenindo adoecimentos graves e mortes desnecessárias, especialmente em crianças. Quando a cobertura atinge o patamar mínimo de 95%, alcança-se a chamada imunidade coletiva, protegendo toda a comunidade mesmo quem não foi vacinado direto.
O Brasil conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas em 2023, graças à queda expressiva de número de não imunizados com DTP1 e DTP3. No entanto, o retorno ao ranking em 2025 indica que a recuperação ainda é frágil e insuficiente.
A região de Rio Preto precisa de atenção redobrada, segundo especialistas. Eles dizem que é fundamental fortalecer campanhas locais, investir em busca ativa (inclusive em escolas e CRAS), ampliar horários de atendimento nos postos de saúde, combater a desinformação com comunicação transparente e facilitar o acesso às vacinas para famílias com dificuldades socioeconômicas. “Só assim será possível garantir que as crianças fiquem protegidas e impedir a volta de doenças que a vacinação já havia afastado do Brasil”, dizem.
No cenário brasileiro, a cobertura da primeira dose da tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — caiu de 93,1% em 2019 para cerca de 71,5% em 2021, deixando cerca de 700 mil crianças desprotegidas. Embora tenha havido recuperação, com o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP (vacina pentavalente) caindo de 687 mil em 2021 para 229 mil em 2024, o país ainda ocupa a 17ª posição no ranking mundial de nações com mais crianças sem cobertura da DTP1 — e segue abaixo da meta de 95% estabelecida pela OMS.
Na Região Noroeste do Estado de São Paulo, que inclui o município de São José do Rio Preto, os dados seguem o padrão preocupante do estado. Um estudo do VacinaBR 2025 mostrou que apenas 17 dos 645 municípios do estado atingiram as metas para todas as vacinas infantis — ou seja, em mais de 97% das cidades as taxas permanecem abaixo do ideal. Ainda que não haja dados públicos específicos município a município divulgados, é razoável supor que São José do Rio Preto (SP) e vizinhança se encontram entre os municípios com cobertura aquém do recomendado.
Especialistas consideram esse quadro alarmante. A infectologista Maria Borges alerta ser “urgente intensificar a comunicação de risco e qualificar as equipes de saúde nas salas de vacinação” para evitar maior descontrole dos imunizantes. O infectologista Daniel Jarovsky enumera o problema mais grave: a falsa percepção de que doenças como poliomielite ou coqueluche não voltam porque “não aparecem mais”, quando, na verdade, apenas se mantêm controladas graças à imunização coletiva.
A queda na vacinação é atribuída a vários fatores: disseminação de desinformação e fake news sobre os efeitos colaterais ou suposta ineficácia das vacinas, dificuldades de acesso a serviços de saúde, cortes orçamentários em campanhas de conscientização e o impacto das restrições impostas pela pandemia de COVID‑19, que desviaram recursos e reduziram a priorização da imunização infantil.
A importância das vacinas, no entanto, não pode ser subestimada. Elas são apontadas por especialistas como a intervenção de saúde pública mais custo-efetiva, prevenindo adoecimentos graves e mortes desnecessárias, especialmente em crianças. Quando a cobertura atinge o patamar mínimo de 95%, alcança-se a chamada imunidade coletiva, protegendo toda a comunidade mesmo quem não foi vacinado direto.
O Brasil conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas em 2023, graças à queda expressiva de número de não imunizados com DTP1 e DTP3. No entanto, o retorno ao ranking em 2025 indica que a recuperação ainda é frágil e insuficiente.
A região de Rio Preto precisa de atenção redobrada, segundo especialistas. Eles dizem que é fundamental fortalecer campanhas locais, investir em busca ativa (inclusive em escolas e CRAS), ampliar horários de atendimento nos postos de saúde, combater a desinformação com comunicação transparente e facilitar o acesso às vacinas para famílias com dificuldades socioeconômicas. “Só assim será possível garantir que as crianças fiquem protegidas e impedir a volta de doenças que a vacinação já havia afastado do Brasil”, dizem.
