Vera Fischer expõe o ‘limbo’ para atores maduros. Entenda!

Prestes a completar 74 anos, Vera Fischer se debruça sobre o tema do envelhecimento e do apagamento de artistas veteranos. Ela destacou que o passar dos anos dificulta e reduz as oportunidades de trabalho.

“Essa coisa dos atores que foram muito famosos quando jovens e que, ao chegar numa certa idade, 60, 70 anos – no meu caso, quase 74 – têm dificuldade de conseguir ser chamados para trabalhos importantes”, disse ao Portal LeoDias.

Ela relembrou que a sua personagem, Susan, na peça “O Casal Mais Sexy da América”, vive exatamente essa situação de invisibilidade profissional.

A atriz enfatizou que, além da arte, esse tipo de desafio se espalha por várias profissões. Homens e mulheres, de idades distintas, enfrentam preconceito.

“Em várias profissões, as pessoas também sofrem esse preconceito. Tanto mulheres quanto homens”, ponderou, apontando ainda que o espetáculo trata com leveza essas barreiras.

O atraente convite para o projeto surgiu porque Vera se identificou com o texto e confiou na equipe. “Tenho muita confiança no diretor Tadeu Aguiar e no Eduardo Bach, que são os dois produtores… quando li o texto, vi que era algo muito atual, que fala sobre o momento que vivemos.” O espetáculo estreou no Brasil e já esteve em diversas cidades, abordando temas como etarismo, igualdade de gênero, ética no trabalho.

Na trama, Susan White (Vera) e Robert McAllister (Leonardo Franco) foram celebrados como “o casal mais sexy da América”. Agora, veteranos, reencontram-se e constatam que o tempo mudou a indústria… e a própria vida. Conforme a atriz mencionou, a cena ecoa a sua própria percepção: o mundo artístico pacificou a juventude como valor exclusivo, enquanto se fecha para quem já viveu décadas de estrada.

A montagem assume, portanto, um tom bem-humorado e sensível. Ela provoca o público a questionar padrões e a enxergar o amadurecimento como parte integral da narrativa humana. Conforme a atriz destacou, “Normalmente, um homem mais velho consegue namorar uma mulher mais jovem, mas o contrário ainda é difícil. O importante é que duas pessoas se encontrem na mesma idade, e isso acontece na peça.”

Ao longo das apresentações, muitos espectadores relatam identificar-se com as situações e refletir sobre elas. Em síntese, Vera Fischer mostra que não basta envelhecer: é necessário continuar visível, relevante e desejado — dentro e fora dos palcos